Comunicado.
Os Porta-vozes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Exército do Povo, informam:
1.        Termina o mês de fevereiro de 2002 com a declaratória de guerra do Presidente Pastrana que pusera fim aos diálogos com as FARC-Exército do Povo, criando uma nova etapa de violência estatal na vida política nacional que ninguém sabe em quê possa terminar.
2.        A decisão presidencial foi tomada para satisfazer  os interesses e as exigências da casta politiqueira liberal-conservadora, os grêmios econômicos, o paramilitarismo sob a direção de um setor do Alto Comando Militar e da Polícia, os  grandes meios de informação e a embaixada norte-americana.
3.        Na  Área dos cinco municípios têm sido lançadas centenas de bombas cada uma com quantidades entre de 250 e 500 quilogramas de explosivos, causando incêndios florestais, destruindo pontes, centros comunais, casas dos camponeses e o assassinato de três civis, dois deles crianças e ferindo mais quatro, entre eles uma camponesa grávida . É uma clara expressão do Terrorismo de Estado aplicado contra a população e a infraestrutura que serve às comunidades. Enquanto o governo faz isto, reclama à insurgência por seu acionar em resposta à violência oficial.
4.        A partir do fechamento do processo de maneira unilateral pelo Presidente Pastrana, as FARC-Exército do Povo não reconhecem nenhuma autoridade que represente o Estado nestes cinco municípios, como também não, em todo o território nacional.
5.        Temos escutado as declarações dos candidatos presidenciais Serpa Uribe, Juan Camilo Restrepo, Uribe Vélez e Nohemí Sanín, como pregadores da guerra, camuflados com um discurso de paz, enquanto saúdam com chapéu na mão, a decisão presidencial de acabar com o processo de conversações, e falam de condicionar a insurgência para reiniciar as conversações num próximo governo.
6.        As propostas feitas pelos candidatos de condicionar a insurgência exigindo-lhe gestos unilaterais, repetem a fórmula que levou ao Presidente Pastrana a romper os diálogos sem mencionar para nada a necessidades de transformações em benefício do povo no econômico, político e social e na defesa da soberania nacional. Os candidatos do bipartidismo liberal-conservador não são a alternativa porque estão oferecendo o mesmo de sempre. Por isto, conclamamos a não votar por eles e por os aspirantes à Câmara de Deputados Federais nem ao Senado da República em todo o país, porque ninguém deles vai legislar a favor dos interesses do povo, e se por acaso alguém pretende legislar desta forma, será assassinado como aconteceu com os Deputados e Senadores da União Patriótica.
7.        Os politiqueiros de sempre junto com o Presidente, visitaram San Vicente Del Caguán, três dias depois da ruptura, com fins eleitorais, oferecendo resolver problemas e construir obras que não foram feitas nos três anos e meio do atual governo.
8.        Agrega-se à comitiva presidência no Caguán a presença de militares norte-americanos para que não fique dúvida de quem dita as ordens que Pastrana cumpre servilmente em cumprimento do antipatriótico Plano Colômbia.
9.        Oito dias depois de fechado o processo ficou claro que o povo colombiano não quer a guerra. A guerra sempre lhe tem sido imposta desde arriba pela oligarquia liberal-conservadora, como uma forma de perpetuar seus privilégios de classe, assegurar as medidas econômicas que favorecem aos ricos e acrescentar as ganâncias do complexo industrial militar, enquanto aprofundam na miséria a 33 milhões de compatriotas.
10.       Conclamamos ao povo colombiano a continuar a luta de maneira organizada por conquistar a paz com justiça social e plena soberania como o propomos na Plataforma para Um Governo de Reconstrução e Reconciliação Nacional.

Montanhas da Colômbia, março 1 de 2002.